March 17, 2022
Investigadores portugueses atraem mais 15M€ para atividades de investigação fundamental através do European Research Council, ERC
Portugal já atraiu quase 24 milhões de euros no âmbito do Conselho Europeu de Investigação no primeiro ano do Horizonte Europa

Os resultados do último concurso do Conselho Europeu de Investigação (ERC, sigla em inglês) incluem mais 15 milhões de euros para projetos de investigação científica desenvolvida por cientistas portugueses em território nacional, no âmbito do ERC Consolidator Grants e do ERC Starting.

Através do ERC Consolidator Grants, para investigadores individuais na fase de consolidação da sua investigação, Portugal captou 9,7 milhões de euros para cinco projetos nacionais, dos quais quatro na área das Ciências Sociais e Humanidades e um das Ciências Exatas e Engenharia:

Aceleração extrema de partículas em choques: do laboratório à astrofísica Frederico Fiuza Associação do Instituto Superior Técnico para a Investigação e Desenvolvimento 1 799 990€
Circuitos Alimentares: Ligações Ocultas entre Migrantes e Sociedades Seth Holmes Instituto de Ciência Sociais 2 017 409€
A cidadania Queer ao Longo do Tempo: envelhecimento, idadismo e políticas LGBTI+ relacionadas com a idade na Europa Ana Cristina Santos Centro de Estudos Sociais 1 999 930€
Arquitetura da pesca: o continuum ecológico entre edifícios e espécies de peixes Andre Tavares Universidade do Porto 2 001 468€
Trajetórias populacionais e dinâmicas culturais dos neandertais tardios no extremo oeste da Eurásia João Cascalheira Universidade do Algarve 1 899 696€

 

O ERC aprovou ainda mais três projetos que se encontravam em lista de reserva no ERC Starting, aos quais atribuiu 4,95 milhões de euros.

Em janeiro já tinham sido aprovados cinco projetos portugueses no âmbito deste concurso, que captaram 8,3 milhões de euros, o que se traduz num total de financiamento de 13 milhões de euros e num recorde para Portugal: a escolha de oito projetos nacionais num só concurso ERC, neste caso o Starting Grants que apoia investigadores em início de carreira para que os mesmos possam constituir as equipas de investigação e desenvolver projetos em todas as áreas do conhecimento.

Os três projetos agora selecionados são:

  • Inês Fragata Almeida, Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa, Feedback entre a dinâmica populacional e a evolução das interações num sistema tritrófico
  • Alex Armand, Universidade NOVA de Lisboa, O impacto global da contaminação da água costeira no desenvolvimento económico
  • Waldan Kwong, Instituto Gulbenkian de Ciência, Fatores genéticos que permitem simbioses do microbioma: as abelhas como um sistema modelo natural.

 

Os resultados agora conhecidos demonstram o reforço da participação portuguesa no ERC e no Horizonte Europa, tendo Portugal captado, até agora, no que diz respeito às bolsas atribuídas pelo ERC, cerca de 24 milhões de euros.

 

Já em fevereiro tinham sido atribuídos pelo ERC 600 mil euros no contexto da iniciativa de “Provas de Conceito” do ERC (“Proof of Concept Grants”) a quatro projetos nacionais e que desta forma receberam uma extensão ao apoio financeiro concedido a projetos previamente selecionados para outras bolsas de investigação do ERC, fornecendo meios aos investigadores para que possam explorar e testar ideias e estabelecer parcerias visando aplicações dos resultados dos projetos de investigação anteriormente financiados pelo ERC.

Segundo dados do ERC, em média, cada projeto do ERC gera emprego para mais de 5 pessoas, desde investigadores a gestores de ciência, estudantes de doutoramento ou técnicos e representa um reconhecimento internacional da investigação realizada e um marco importante na independência científica destes cientistas em início de carreira.

A participação nacional no ERC e em todos os programas Europeus de gestão centralizada, designadamente no Horizonte Europa, é promovida e estimulada pela Rede PERIN (Portugal in Europe Research and Innovation Network”), que inclui a Fundação para a Ciência e a Tecnologia (FCT), a Agência Nacional de Inovação (ANI), a Agência de Investigação Clínica e Inovação Biomédica (AICIB), a Agência Espacial Portuguesa (Portugal Space) e a Agência Erasmus. A participação especifica no Conselho Europeu de Investigação é coordenada diretamente por colaboradores da FCT no âmbito da rede PERIN.